A Terra surgiu do Sol e desaparecerá devorada por ele dentro de alguns poucos milhares de anos. Sua vida terá durado apenas um instante, uma pulsação da existência do Cosmos que é medida em milhares de milhões de anos. Somente em suas etapas intermediárias a Terra adquiriu algumas condições propícias para o desenvolvimento da vida; e quando estas condições desaparecerem por excesso de temperatura, os seres vivos desaparecerão também.
A massa solar foi a origem da Terra, ao desprender-se matéria que paulatinamente foi adquirindo sua forma atual.
Uma vez que o planeta estava formado, apareceu a atmosfera, produzida pelos gases interiores, porém muito densa.
Depois a atmosfera se fez apta para a vida e esta apareceu. É a etapa na qual atualmente nos encontramos.
Quando o Sol se convertei em uma estrela gigante vermelha a atmosfera desaparecerá pelo excessivo aquecimento.
Nosso planeta terminará por desaparecer, assimilando-se ao Sol, dentro de 7 ou 8 mil milhões de anos.
Cercando-nos ao pequeno mundo do sistema planetário ao qual pertencemos, fixemos nossa atenção na diferença fundamental que existe entre as estrelas e os planetas. Enquanto uma estrela é uma entidade que continua emitindo no espaço circundante radiações, partículas várias, etc., o planeta, apesar de estar formado pela condensação de uma certa quantidade de materiais, é uma aglomeração que aparece ao término de um complicado processo cósmico. A galáxia permitiu a concentração de matéria necessária para o nascimento das estrelas, e estas últimas, com suas reações termonucleares, o intercâmbio das forças gravitacionais e eletromagnéticas, determinam as condições mais favoráveis para que os planetas sejam formados e desenvolvidos. Pode, portanto, dizer-se que, em nosso âmbito, o Sol foi a oficina que fabricou os elementos, e os planetas, seus produtos inacabados, hoje todavia continuam estando em elaboração.
Acerca da idade do Cosmos, que pelo que explicamos, evidentemente deve ser muito superior aos 6 bilhões de anos de existência do sistema Solar. Nos anos sessenta o astrônomo norte-americano Allen Sandage, observando estrelas da acumulação NGC 188, comprovou que contavam 24 bilhões de anos; e isso todavia não é nada, pois o astrônomo suíço Zwicky já fala de formações estelares de vários bilhões de anos.
Nosso solo, nossa Terra
Já vimos como, segundo as teorias científicas mais acreditadas, nosso planeta originou-se a partir da primordial nuvem cósmica da qual nasceram os vários corpos do Sistema Solar. Agora então, por efeito da gravidade, na parte mais central da proto-terra foram acumulando-se os elementos mais pesados, enquanto que por
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efeito das enormes pressões que iam desenvolvendo-se e pela conseqüente elevação da temperatura, começaram a fraguar-se alguns complicados processos químicos que desembocaram na formação das várias substâncias que compõem nosso planeta. Desde sempre se sabia que baixando até o interior da Terra a temperatura cresce. "Está averiguado - fazia dizer Julio Verner a seu célebre professor Otto Liedenbrock, protagonista do livro "Viagem ao centro da Terra" - que o calor aumenta aproximadamente um grau cada trinta metros de profundidade debaixo da superfície. Se a proporção permanece constante, por 1.500 léguas, isto é, por 6.000 quilômetros, até o centro da Terra, lá embaixo a temperatura seria de 2 milhões de graus".
6 trilhões de toneladas
Nos tempos de Verne se pensava que a Terra não fosse mais que uma estrela que pouco a pouco havia esfriado e que o calor central seria o resíduo desse corpo primitivo e incandescente; os estratos geológicos mais superficiais, deste ponto de vista, não podiam ser mais que solidificações produzidas pelo esfriamento. No entanto, hoje se sabe que nosso globo se formou por condensação de uma porção ínfima da nuvem cósmica que continha hidrogênio e "poeira espacial"; somente sucessivamente teve lugar o processo de reaquecimento da massa que produziu os diferentes elementos e substâncias.
Em seguida vejamos como se sabe o que é o que existe debaixo de nossos pés: por meio de cálculos indiretos nós conhecemos qual é o peso total da Terra: 6.000.000.000.000.000.000.000 (6 quatrilhões) toneladas, quantidade que já conheciam os antigos egípcios e os chineses.
Em cima da crosta terrestre se encontra a atmosfera, um envoltório gasoso que contém majoritariamente nitrogênio, oxigênio, vapor de água, anidrido carbônico e, em porcentagens pequenas, outros vários tipos de gases como hidrogênio, neón, hélio, etc. A mais de 100.000 quilômetros de altitude as partículas gasosas estão "ionizadas", isto é, compostas de eletrons negativos e em núcleos (ou pedacinhos de átomos) positivos, e sua região é chamada ionosfera.
Provavelmente enormes ilhas de granito, mais rápidas que a matéria de outras lavas mais pesadas, flutuaram sobre elas, até que pouco a pouco tudo foi solidificando-se e extendendo-se em profundidade e superfície. Ou talvez o granito fundido agrupou-se em enormes bolhas subterrâneas da crosta, e somente mais tarde, quando solidificou-se, foi empurrando para cima, emergindo entre o basalto mais pesado que constitui o mantel. Nenhum cientista se atreve a dizer como foram formados na realidade os primeiros escudos continentais e como ocuparam suas posições em superfície.
A Terra se prepara para a vida, aparece a chuva
Enquanto isso os gases expulsos das entranhas da Terra haviam formado uma densa cortina de nuvens negras que por séculos e séculos impediram a chegada dos raios solares. Em seguida uma parte do vapor de água contido nesse envoltório gasoso começou a condensar-se em gotas de água e começou a chover. Porém logo ao chegar às rochas ardentes novamente a água se evaporava, voltando à atmosfera gasosa. E assim por séculos e séculos, por milhões e milhões de anos, até que pelo esfriamento da crosta foi evaporada cada vez menos água da que caia. As enormes covas e bacias existentes devido à irregularidade na distribuição das rochas solidificadas foram enchendo-se de água já não evaporável, e quando por fim as chuvas começaram a diminuir e a clarear-se gradualmente a densidade da atmosfera, os oceanos primordiais já existiam.
Outro fenômeno produziu o processo de esfriamento da crosta terrestre: o enrugamento desua epiderme, isto é, a formação das cordilheiras, entre espantosos terremotos e furores vulcânicos. Houveram três orogênesis, e a última, denominada Alpina, é a que formou os alpes, as Montanhas Rochosas e os Andes. E segundo parece, o Himalaia todavia está em fase de desenvolvimento.
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Terra não é o centro do universo
O físico Marcelo Gleiser conta hoje como a ciência finalmente conseguiu provar que a Terra não é o centro do universo.
Nossa equipe desembarca em Praga, a bela capital da República Tcheca, para mais um episódio de Poeira das Estrelas. O físico Marcelo Gleiser conta hoje como a ciência finalmente conseguiu provar que a Terra não é o centro do universo.
No capítulo passado, nós conhecemos a história de dois grandes astrônomos do século XVI, um tempo turbulento para a ciência: Nicolau Copérnico, o polonês que teve a coragem de afirmar que a Terra não era o centro do universo; e o italiano Galileu Galilei, o primeiro homem a ter a idéia de apontar um telescópio para o espaço.
Com Galileu, a Ciência fez grandes descobertas e entrou na era das experiências - ver para crer se tornou muito mais importante do que crer para ver. No capítulo de hoje, a convivência tumultuada de dois gênios: Kepler e Brahe.
Praga, a bela capital da República Tcheca. Contra todas as expectativas, na cidade, aconteceu um encontro que mudou a história da astronomia. Duas cabeças que pensavam de maneira bem diferente acabaram provando que o modelo do cosmo proposto por Copérnico estava certo: não é o Sol que gira em torno da Terra, e sim, o contrário.
Em 1600, o maior astrônomo da Europa, um príncipe dinamarquês, convidou um jovem alemão brilhante para ser seu assistente. O príncipe queria a ajuda dele para provar de uma vez por todas que a Terra era o centro do cosmo. Mas essa história teve um fim muito diferente.
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